quinta-feira, 12 de novembro de 2009

040. UM CÃO ANDALUZ (1928)



Produzido em 1929, "Un Chien Andalou" é considerado o filme que gerou o movimento surrealista puro, tornando-se uma marca registrada na história do cinema. Baseado numa mescla de sonhos entre Dali e Buñuel, este conto de desejos reprimidos, abre inocentemente com as palavras "Era uma vez", segue com a cena mais célebre e chocante do cinema - uma navalha que corta o olho de uma mulher em close-up/detalhe. Um filme desesperador, uma atração apaixonada e assassina. Este filme é um triunfo à arte, é um histérico passeio da alegria escura, cujo poder de enfrentar o expectador não ficou diminuído depois de mais de três quartos de século. Fantástico, enlouquecedor, a arte em sua essência primitiva.

O filme não possui uma história na ordem normal dos acontecimentos, e.g. passa de "era uma vez" direto para "oito anos depois". Utiliza a lógica dos sonhos, baseado em conceitos dapsicanálise de Freud, como o subconsciente e as fantasias.
O filme representa uma reunião de imagens oníricas, encadeadas no vídeo como se fossem um pesadelo, repleto de cenas metafóricas.
A primeira cena mostra uma mulher que tem seu olho cortado por uma navalha por um homem. O homem com a navalha é interpretado pelo próprio Buñuel. Numa cena seguinte aparecem formigas saindo da mão do ator, uma possível alusão literária à expressão francesafourmis dans les paumes (formigas nas mãos) que significa "um grande desejo de matar".
Alguns críticos resenham o filme indicando que seu enredo seria uma viagem à mente perturbada de um assassino e as suas confissões traduzidas em imagens, porém, tal interpretação é vaga, pois por se tratar de uma história surrealista, o senso e a ordem natural das coisas são ausentes.
Este filme é tratado como o ícone do cinema do descrito manifesto surrealista de André Breton, pois rompe com toda a lógica e linearidade narrativa e tem a presença do mundo onírico. A idéia derivada dos próprios sonhos de Salvador Dali e Buñuel e complementada pela justaposição de imagens apontadas pelos dois, criou um curta cheio de imagens desconexas, e algumas até chocantes, como a do globo ocular sendo seccionado. O efeito causado nos espectadores foi a tentativa de achar uma lógica para imagens, criando uma série de interpretações, todas presas nos valores vigentes. A resposta estava no inconsciente.
Com fotografia em preto-e-branco e mudo, o filme colabora com a estética surrealista proposta pelo cineasta. Outra experiência de Buñuel com o cinema surrealista seria também a sua película posterior, "A Idade do Ouro" (L'Âge d'Or).
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Un Chien Andalou
Um Cão Andaluz (PT/BR)
Bandeira da França França
1929 ı  P&B ı  16 min 
Produção
DireçãoLuis Buñuel
Roteiro/GuiãoLuis Buñuel
Salvador Dalí
ElencoPierre Batcheff
Simone Mareuil
Luis Buñuel
Salvador Dalí
Jaime Miravilles
IdiomaMudo

IMDb

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